Mote sugerido pelo Poeta Luiz Miguel.
"Toda casa de taipa abandonada
Mora o grito da fome dentro dela"
A miséria rondando o seu terreiro
A angústia já foi sua inquilina
O retrato cruel da triste sina
Por mobília uma mesa e candeeiro
Um banquinho a sombra do umbuzeiro
Só o vento ainda bate na cancela
E num canto um pote nos revela
Que ali de alguém já foi morada
Toda casa de taipa abandonada
Mora o grito da fome dentro dela
Uma pedra de mó, um enxadeco
Uma foice no chão desencabada
No muturo da casa abandonada
Por brinquedo os restos de um boneco
Uma quartinha quebrada, um caneco
Um moinho de pedra, uma gamela
E a porta entre aberta sem tramela
Denuncia o fim de uma jornada
Toda casa de taipa abandonada
Mora o grito da fome dentro dela
Foi ali que alguém nasceu, viveu
Sem direitos, sem vez, desassistido
Pelo resto do mundo esquecido
Esquecido do mundo ali morreu
Por herança deixou a um filho seu
Um viver semelhante na favela
E em cima do fogão uma panela
Sem comida há tempos emborcada
Toda casa de taipa abandonada
Mora o grito da fome dentro dela
Poeta João Luciano Tenório.
PARABÉNS JOÃO SEU BLOG ESTÁ OTIMO.
ResponderExcluirTBM PQ SUAS POESIAS SÃO OTIMAS.
ABRAÇO
João Luciano
ResponderExcluirA Poesia expõe a paisagem do teu olhar,
revela o som da tua voz,
desnuda a tua alma,
desfaz o mito da grandeza,
porque em tudo há de encontrar beleza,
em tudo há de deixar a Paz ...
Assim,
faz da tua Arte uma bandeira:
e que ela seja branca, pura, cintilante e altaneira,
tremulando no cume do teu coração !
Que os teus sonhos sejam versos a festejar a vida,
seja ela o amor, o riso, a lágrima vertida,
mas sobretudo
o eco da tua inspiração.
Seu Blog ta ótimo!!parabéns.
PARABÉNS JOÃO, continue assim levando a cultura para os 4 cantos do mundo.A bela poesia retrata realidade maléfica que assola principalmente os municípios da região Nordeste.
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